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Guerra contra incertezas no shopping

  • Foto do escritor: Cássio Andrade
    Cássio Andrade
  • 14 de mar. de 2022
  • 2 min de leitura

O carnaval de 2022 abriu alas para o mês de março como o mês de aniversário da pandemia do COVID-19. Há quase dois anos completos, o mundo estava afogado em incertezas sobre como o vírus seria tratado, como seria sua disseminação em cada país e, mais importante, como combatê-lo de modo a reduzir os prejuízos humano e financeiro.


No início, convencionou-se que a transmissão seria reduzida drasticamente evitando-se contato humano pessoal. Foi quando Estados e Municípios determinaram o fechamento do comércio e de locais públicos de notória circulação de pessoas. Nesse período, as incertezas e questionamentos eclodiam na mente do lojista. Mas a maior delas permanece em sua mente até hoje: como manter o ponto comercial? Afinal, o faturamento caiu significativamente, sem grande recuperação, mas as despesas de ocupação foram mantidas.


Sobre essa ecoante pergunta, aliás, é preciso destacar que para o lojista preservar seu ponto, o custo não apenas foi mantido, mas majorado. Basta checar o histórico do IGP-DI a partir de 2020 para reajuste do aluguel: em maio/20 já estava a 10,35%, chegando a 24,27% em novembro do mesmo ano. O índice ainda atingiu o pico de 36,55% em maio de 2021. Em uma situação hipotética, o aluguel de R$ 1.000,00 cujo reajuste ocorre no mês de agosto sofreu com índices acumulados de 15,21% em 2020 e 28,22% em 2021, sendo o aluguel atualmente vigente de R$ 1.477,22, o que representa um aumento real de quase 50%.


Tal qual um bombardeio soviético, a inflação também aumentou, e está acima de 10%, sem o mínimo aceno de paz em direção ao comércio e ao cidadão. Nesse caso, o lojista ainda tem que lidar com o reajuste de preços com o risco de não conseguir restabelecer seu ponto de equilíbrio. Tudo isso enquanto parte dos lojistas vê seu locador (empresa de capital aberto) divulgar na CVM aumento de 50% do lucro no comparativo com 2019, e ao mesmo tempo em que apontam todo o seu arsenal contra seus locatários, inviabilizando qualquer negócio.


Ocorre que, mesmo bombardeado de incertezas e obstáculos, o lojista tem à sua disposição instrumentos adequados para combater o ímpeto do locador pelo caos. Tais instrumentos são constituídos de eficiente e legítimo aparato jurídico capaz de apoiá-lo quando falta equilíbrio, de forma a restabelecê-lo na relação, já que um aumento no aluguel em torno de 50% o desloca (e muito) do valor de mercado. Mesmo para aqueles contratos prestes a encerrar, é possível buscar a renovação a preço justo, minando qualquer abuso.


Enfim, aceitar o ataque em ambiente de incertezas não pode ser opção para quem não deseja apenas sobreviver, mas também prosperar em seu território.


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